quinta-feira, 28 de junho de 2012

Você é feliz? Você está fazendo nesse momento algo que te faz feliz?


Todos nós pensamos sobre o rumo que devemos tomar em nossa vida... sair do colégio e ir pra faculdade, da faculdade tentar o mercado de trabalho, ganhar grana e morar sozinho, comprar o primeiro carro... e por aí vai! Todas essas etapas indiscutivelmente são os planos em linhas gerais de qualquer um, mas um vídeo  nos fez pensar sobre isso e a pergunta que me veio a mente: todos nós pensamos no rumo que DEVEMOS tomar em nossa vida, ou no rumo que GOSTARÍAMOS de tomar na vida? Talvés o que gostaríamos  de fazer nos traria além de grana, carro... a felicidade!
Esse vídeo foi criado pela Box1824, uma empresa de pesquisa especializada em tendências de comportamento e consumo, e acredito que a galera que sonha em fazer o que se gosta algum dia vai se empolgar muito e se emocionar também!!!



quarta-feira, 27 de junho de 2012

"...Aqui jaz um primitivo"


O post de hoje é mais um dos brilhantes textos do Tulio Fernando, que é um dos membros do blog e do jornal O Manifesto. Acadêmico do curso de História pela UEG, escreveu esse conto recordando alguns fatos que com certeza, sei que vocês irão se identificar. Uma leitura que nos relembra momentos que passamos na "roça" dos nosso avós, recordando os sons, gestos, cheiros que se perderam no tempo e dentro de nós...mas, que de alguma forma ainda se manifestam em nossas lembranças!!
Um leitura que nos remete lentamente a nossa infância de pés sujos e descalços...


Do primitivo ao civilizado

     Ainda me recordo nostalgicamente dos venerados tempos dourados de outrora. Ainda me lembro da canção de amor fraternal que fazia ecos em meu ouvir, quando minha mãe, sempre a última a se deitar e a primeira a se levantar, distinguia-se entre as ramagens verdes do capim estendendo a roupa no varal. Hei de não me esquecer de meu pai assoviando nas frias madrugadas cobertas por neblina e serração enquanto buscava as vacas para o inacabável trabalho da ordenha. Relembro com extrema saudade da minha empolgação infantil ao recolher o copo de alumínio na estante feita pelas mãos de meu pai, e da fumaça fumegante do café que se levantava quando eu o enchia pela metade, reservando a outra para o leite cru, tirado na hora. Beber leito no curral é o que mais me remete a minha meninice. Era nessa hora fatídica, quando o sol ainda era muito novo para esquentar, e ainda tinha pouca vontade de começar o seu trabalho de Sísifo, que as roças e as ciliares revigoravam o mundo com a força eloquente de sua orquestra composta pelas emas, pela inhuma, e toda a espécie de bípedes canoros. O fato de eu não ter estudado quando era pequeno, não me impediu de aprender na escola magnânima da vida, assim como aprendi a paixão pelos galopes que fazia com meu pai sempre no final do dia, onde ao invés de álgebra ele me ensinava a calcular de cabeça utilizando-se de arrobas, dúzias, réstias e todo tipo de numeração. Ao invés das aulas de educação física, meu exercício consistia em pegar o frango para o almoço. Tarefa árdua esta, que exigia muita dedicação e paciência. Ainda sinto o gosto do pão de queijo ao me lembrar do cheiro que ele desprendia ao ser assado no forno de lenha. Gosto de me lembrar das tardes chuvosas e do astro rei que as sucedia, trazendo iridescência acima da represa que banhava os pomares no pé da serra, e do gado se recolhendo na invernada.  Quando o sol se rendia humildemente sua luminescência para dar lugar as lendas e estórias iluminadas pela lua, a orquestra canora era substituída pelo coaxar dos sapos entretidos em seus lares de águas diáfanas. O dia se cobria em noite e no manto negro do firmamento, constelações de miríades incidiam o mundo tentando sobrepor-se a luz da lua cheia. Distantes a bilhões de quilômetros, os vaga-lumes se organizavam, para também dar a sua contribuição á luz do mundo. Por vezes em bandos, que sempre vinham nos escoltar nos caminhos da noite longa. Por vezes sozinhos, como a procurar uma razão irracional para iluminar estes seres que se dizem racionais. As rodas de viola daquele tempo me lembram com saudade de quando a música sertaneja ainda era sertaneja, e não se resumia a traições, falácias, e chavões deprimentes. De quando ainda havia letra, e não um amontoado de poucas palavras. Infelizmente o que ouço hoje é o estertor, (inaudível para muitos) do que um dia foi música sertaneja. Se o sertanejo é acima de tudo um forte, como li em um grande livro certa vez, hei de fazer jus a esta mônada. As pessoas me olham hoje como o expoente de uma geração que não existe mais, e pior de tudo, que não existirá pelos tempos dos tempos. E me dão de presente estereótipos. Me chamam de velho, de obsoleto, de primitivo.
    Aqui vivo eu hoje, nesta selva de pedra. Aqui vivo eu, com os civilizados. Aqui ninguém se preocupa com as cores do arco íris, pois não há nenhum lago ou represa para sua luz incidir. Aqui ninguém escuta os pássaros cantando quando vem rompendo o dia, pois aqui não vivem pássaros, foram substituídos por engenhocas mecânicas que não levam se não viventes destas paragens de um lugar a outro. Os pássaros não são bem vindos aqui, e estes que por aqui vivem, engaiolados em armações de metal, não cantam para alegrar o ambiente, mas choram pelo fim da liberdade. Bem verdade é que quando por aqui passam, nos olham com seu jeito de quem entende o mundo e se envergonham. Acabam por cagar em nossas cabeças, não por necessidades fisiológicas, mas por desprezo infinito daqueles que se dizem racionais. Aqui ninguém acorda cedo para tomar leite no curral, dizem que faz mal a saúde. Os vaga-lumes não são necessários aqui, portanto não fazem suas benfazejas escoltas noturnas, nos lembrando que apesar de tudo ainda existem seres iluminados sempre prontos a andar do nosso lado. Para isso temos as luzes suspendidas em numerosos totens de concreto. Aqui não há gado. Já foram comidos. Depois que se aproveita até o último pêlo deles, nos esquecemos de que dependemos mais deles que eles de nós. Aqui as pessoas não se lembram das estrelas e tampouco as estrelas se preocupam com elas. E por ventura quando um casal apaixonado é visto admirando a lua cheia, são taxados de doidos, por que aqui até do amor as pessoas se envergonham. As pessoas não tem tempo para estas coisas pequenas. Estão preocupadas demais. Apressadas demais. Como eu li em um outro livro certa vez, passam a maior parte da vida a gastar sua saúde tentando ganhar dinheiro, e a outra parte gastando dinheiro para recuperar a saúde esvaída. Elas não vêem, não enxergam que essas coisas pequenas na verdade são maiores que elas. Não entendem que são as pequenas coisas que realmente valem a pena, assim como são as pequenas demonstrações de carinho e afeto que comandam as relações humanas. Que é isso que nos torna humanos e não máquinas. Aqui eu morrerei, nesta instância bucólica, em meu estado de misantropia. É bem verdade que prefiro viver e morrer só, como o ser primitivo que sou, do que conviver com os felizardos modernos. Assim como meu sertão ficou para trás á muito, e não há remédio para que ele volte, junto com o mundo de outrora, não há mais remédio para este mundo. A epopéia está chegando ao fim, e desta vez não vejo um final feliz para Ulisses. Mas me aproveito destas linhas para deixar um pedido; quando eu morrer, escrevam sobre a minha lápide: aqui jaz um primitivo.

Tulio Fernando

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Os de pele e cara limpa.....

Como dizia Nelson Rodrigues "Que se dane a liberdade alheia. Berram contra todos os regimes de força, mas cada qual tem no bolso a sua ditadura."
Bom, fácil mesmo é se sentir enganado e injustiçado contra tanta roubalheira no senado. Ver a política de seu país descendo "cachoeira à baixo" e esbravajar aos quatro ventos que a situação precisa mudar. Fácil se sentir enganado pelo nosso justiceiro Demóstenes, entre tantos outros escândalos sociais... Agora fácil mesmo, é criticar e fazer juízo de alguém pela sua maneira de vestir, pelo seu corte de cabelo, pela cor da sua pele, ou pelas "cores" da sua pele, pela arte que expressa, pela música que ouve. É muito fácil sentir preconceito por pessoas que de alguma forma ainda tentam ser donas das suas escolhas, lutam contra a maldição da alienação, expressam sua liberdade...
É fácil gritar e se esbravejar por justiça, e carregar dentro do bolso o preconceito por aqueles que não usam ternos, ou maletas executivas, para esconderem sua verdadeira personalidade. Mas usam a pele, a voz, o corpo, o cabelo para expressarem suas ideologias... portanto, será que nosso preconceito maior é por quem? Por aqueles que roubam sua liberdade de expressão, seus direitos, vestidos em seus ternos bancados pelo dinheiro público e sentados em uma cadeira do senado? Ou sentimos preconceitos por aqueles que não te roubam nada a não ser uns minutos de espanto, de atenção pelo modo que se vestem, pela sua forma de expressão, só porque fogem do convencional intitulado por uma sociedade preconceituosa?
Enfim, a sociedade precisa sentir preconceito por quem rouba o dinheiro que seria usado para investir na saúde e no transporte público, que rouba a nossa esperança do voto, que rouba nosso tempo com mentiras através de campanhas políticas, que rouba os nossos direitos, que nos enganam em rede nacional, que criam leis em benefício próprio e tudo isso feito de PELE E CARA LIMPA


Gabriella Goulart
*Vídeo produzido pela INTENZE Tattoo Ink.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

"Um professor pode ensinar com um sorriso..."

Primeiramente,  no post de hoje queremos agradecer a participação ativa dos autores dos textos aqui publicados, dizer o quanto é grande nossa satisfação em ver o interesse dessas pessoas pelo incentivo ao blog e por compactuar com a ideia do jornal O Manifesto. 
É com muito prazer que recebemos os textos e mais ainda quando podemos compartilhá-los por aqui!
Hoje particularmente, o poema a seguir fará engrandecer ainda mais o nosso blog, por dois grandes fatores. Primeiro, por ser um poema escrito pelo nosso grande parceiro Leonardo Daniel, escritor, formado pela Faculdade de Letras Unesp/UFG que sempre participa do nosso jornal, e segundo pelo tema desse poema... e sem mais delongas vamos a leitura!
UM PROFESSOR
 
Para todos os meus professores
Um professor pode acender a vela trêmula
Um sonhador pode fazer a carona da vida
Nos levar a algum lugar
Um professor pode ser o maior presente
Até a gente sair caminhando com passos firmes
Mesmo sem saber exatamente onde vai ser o desfile
Aonde vamos parar?
Um professor pode ensinar com um sorriso
E com o não nas mãos
Nos mostra o erro antes dele chegar
Carona na vida a gente aprende com o olhar
Carona nos livros a gente aprende quando nos deixa
A escolha
Do professor que a gente ama
A gente não esquece
Do professor que a gente ama
A gente não se despede
E vamos depois ensinar o que se aprendeu
Afinal, foi um reconhecimento, uma recordação
De joias já quase esquecidas
Leonardo Daniel
DA AMIZADE
(27/03/2010)
Editora Baraúna

segunda-feira, 18 de junho de 2012

O Manifesto de sábado

Como em todo sábado dia de reunião do jornal O Manifesto, nesse último dia 16 de junho, dedicamos a organização das doações de livros para a futura ASSUST. Estamos trabalhando para a legalização  da associação que logo estará promovendo os trabalhos com a sociedade. Mais em breve aqui no blog dedicaremos um post para explicar o que é essa associação, como funcionará, por enquanto queremos registrar os momentos dedicados a mais uma iniciativa da galera O Manifesto!

domingo, 17 de junho de 2012

Abrindo as tortas e as cucas

A humanidade está um tanto quanto confusa. Aquilo que sempre espelhou certezas se vê agora incerto por lacunas e buracos que ele mesmo criou. A ordem que tanto procurou nunca existiu realmente. O consequente desmantelamento de seus símbolos que se fragmentaram em múltiplos campos e questões se conserta e se reúne novamente no limiar do novo século. É o fim dos padrões que ainda tentam se conservar , a duras penas, mas que aos poucos se veem rodeados pela multiplicidade que se lhe apresenta.
A coexistência de vários pensamentos, credos, ritos, religiões de todo modo é um indicativo de que a multiplicidade é real. A tentativa incessante de criar denominações e grupos não resiste aos múltiplos que se fazem presentes trocando e traduzindo informações. Essa tendência positivista de rotular, separar, compartimentalizar os conhecimentos, os homens e mulheres, os territórios, as moedas, a moda se vê diante de um novo pensamento, por alguns chamado dadaísta, que mesmo sendo um "ismo" de "ista" nada tem.
Todos somos diversos enquanto somos. Não vemos por aí alguém que apenas gosta de futebol ou apenas gosta de video-games. Somos seres múltiplos que entendem sobre vários assuntos, interpretam, ao seu modo, o meio que os rodeia e assim como cada partícula que transpassa nossos corpos, ou não, todos os dias, estamos em um mesmo sistema, compartilhando experiências coincidentes. A diversidade se apresenta concomitantemente.
As divisões são apenas pensamentos incentivadores de disputas e até mesmo de guerras. Foi a partir da discriminação de grupos que tivemos centenas de guerras no decorrer da história da humanidade. A discriminação entre brancos e negros ocasionou o Apartheid. Essa visão compartimentalizada foi responsável por demasiadas mazelas que afligem nosso mundo. A fome, a miséria, a desnutrição, as doenças mortais, tudo isso poderia ter sido evitado se alguns homens não tivessem ousado repartir em territórios alguns outros povos de mesma espécie (humana) como se fossem os donos do mundo. Separaram não só as pessoas mas também suas ideias, suas virtudes, sua convivência social.
Hoje a ordem positivista se desfez. A evidência da pluralidade se faz presente. Isso se reflete em todas as crenças, desde de as científicas até a mais comum possível. É um período de mudança em todo o mundo. Mudança de pensamentos, de valores, de posturas perante a sociedade da qual se faz parte. Os novos movimentos que se ampliam cada vez mais pelo mundo são uma evidência da mudança paradigmática que acontece na contemporaneidade. Movimentos esses que não aceitam mais o estado de coisas como está. Veem a necessidade do fim das disputas e do começo de uma união entre os povos para que possamos prestar mais atenção no como estamos convivendo e no como nosso pequeno planeta azul está fragilizado e precisando que o pensamento não se limite a estabelecer divisórias mundiais mas que se concentre em questões relativamente mais importantes.
A união entre os povos, a comunhão e o respeito entre os iguais em suas diferenças, entre os diferentes e aquilo que os faz iguais, isso seria um bom começo para que todos possam, um dia, viver sem se preocupar com uma possível terceira grande guerra que, ao ver de todos, será possivelmente a última a que a humanidade resistirá ou num amanhã sombrio dividido por aqueles que deveriam ser o elo da unificação.
O futuro nos reserva grandes possibilidades e, até mesmo, soluções para muitas de nossas sempre novas dúvidas.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Manifesto Feminino

É com muita satisfação que a 4ª edição do jornal O Manifesto já está em circulação pela nossa cidade.
Nessa edição tivemos a participação na coluna do Manifesto Feminino, da nossa colega de faculdade Iracy Garbim de Souza, graduada em História pela UEG - Cidade de Goiás. Uma entre tantas outras mulheres que lutam pela sua carreira profissonal e se tornan um grande exemplo de determinação. Quem ainda não teve a oportunidade de confirir nosso jornal impresso, poderá ler esse texto por aqui!



EJA, a um passo para o superior

O conhecimento tem presença garantida em qualquer projeção que se faça do futuro. Por isso há um consenso de que o desenvolvimento de um país está condicionado à qualidade de sua educação. (GADOTTI, 2000).
           
  Ao ser convidada pelo colega de universidade para redigir um texto sobre a minha vida estudantil em especial sobre a conclusão da EJA, (Educação de Jovens e Adultos) fiquei muito feliz em poder transmitir minha experiência, para os alunos que atualmente estão concluindo este período da vida, e ao mesmo tempo poder  compartilhar  minhas vitórias que recentemente. foram alcançadas na universidade com o trabalho de conclusão do curso o TCC. Neste obtive  a nota máxima e com indicação para mestrado, sendo parabenizada pelo então prefeito da cidade que pesquisei em meu trabalho.
 Fiquei vinte e dois anos sem estudar e um dia resolvi voltar. Procurei o EJA para de imediato ganhar tempo pelo fato de estar por anos fora da sala de aula. Logo veio á pergunta: Será que esse ensino é bom? E o conteúdo? O aluno realmente aprende alguma coisa? Mas, eu enquanto aluna estava realmente interessada em adquirir o conhecimento que é oferecido.  Vi que o EJA é um supletivo que exige do aluno da mesma forma que outros ensinos regulares exigem, a diferença é que o ensino se volta para jovens e adultos, pessoas que passaram um tempo fora da escola, que trabalham o dia inteiro e não dispõe de tempo para estudar, o que não afeta as suas responsabilidades e interesses enquanto alunos.
Ficar fora da escola tanto tempo é de repente voltar é um ato de coragem, digo coragem por que estamos muito acomodados depois de anos sem estudar, somos os primeiros a colocar obstáculos em nossos caminhos. Então fiz a minha matrícula em um colégio da cidade que oferecia os seriados nos dois níveis, Ensino Fundamental e Ensino Médio da EJA no ano de 2006. Foram dois anos de estudos, divididos em quatro períodos simplificados. E mesmo ficando tanto tempo sem estudar, sempre alimentei o desejo em concluir o ensino superior, o que antes era quase impossível devido às condições financeiras e pela falta de Políticas Educacionais que incentivassem as condições de alcance para o Ensino Superior, diferente de hoje que existem variadas opções onde o aluno pode escolher.
No entanto, este desejo não era somente meu. Ele também existia em outros colegas da sala de aula e de outras turmas. Alguns comentavam que queriam prestar vestibular para Administração, Pedagogia, enfermagem, etc. Outros queriam parar por ali mesmo, diziam que já estava bom. Eu queria fazer história e com o intuito de ser historiadora prestei vestibular em 2007.
 Assim, antes de terminar o EJA em 2007 já finalizando o último período, fiz a prova de primeira fase do vestibular. Apenas eu e mais sete colegas conseguimos passar para a segunda fase. Foi uma festa na escola, muitos abraços e parabenizações. Viria agora a segunda fase, a mais difícil. Na primeira fase a maioria dos conteúdos da prova haviam sido ministrados em sala de aula, portanto agora viria a específica, dissertativa com a redação, mas eu estava bem preparada. A professora de redação nos havia preparado um horário só para trabalhar essa matéria, tudo que eu necessitava saber.
A nossa professora de história me emprestou alguns livros particulares dela, assim me dediquei na específica. Porém, algo inesperado aconteceu. Um dia ao sair para o trabalho me ocorreu um acidente, vindo a sofrer uma deslocação no braço direito. Fiquei quinze dias com o braço imobilizado, e neste meio tempo aproveitei para me dedicar mais nos conteúdos da prova específica e acabei me recuperando a tempo da segunda fase.
Fizemos uma ótima prova, mesmo não me saindo de forma excelente em todas as disciplinas e tendo dificuldades em outras, dei continuidade nas áreas que mais dominava. Escolhi este caminho para dar prosseguimento e por mais que seja difícil não há vitória sem luta. Aprendi que todo aluno é capaz de vencer, que não é obrigado a saber de tudo, mas sim, “observar e absorver” o que está a sua volta, pois experiência é algo diferente de conhecimento, ter vontade e querer também faz parte das nossas conquistas, alguns conseguem outros não, ser bom aluno faz toda diferença. Portando, já em de sala aula alguns professores sempre falavam do meu esforço, outros nada acrescentavam, mas era a minha vontade de vencer e minha determinação que falava mais forte.
                Porém, na segunda fase somente um colega e eu conseguimos passar. Passei na segunda chamada na primeira da lista dos convocados. Foi uma grande alegria, pois o curso de História da UEG, Cidade de Goiás é o mais concorrido. Concluí o curso em 2011, mas a vitória maior estava para vir, pois como já disse no início, minha monografia foi aprovada com nota máxima e com direito a indicação para o mestrado.
 Aceitei o convite para escrever este texto para que ele sirva de incentivo para os concluintes do EJA, para que esses alunos também possam prosseguir e olhar para frente e enxergar o futuro com a visão de quem realmente acredita que pode concluir o ensino superior. Que como o EJA existem outras iniciativas que atualmente vêm facilitando e oferecendo oportunidades como: a educação a distância, o Prouni, o SAS, o  ENEM, o FIES, e outros tantos meios, como o financiamento de bolsas da OVG.
As políticas Educacionais no Brasil têm crescido e vêm oferecendo oportunidades, porém na maioria das vezes, poucos alunos concluem o Ensino Fundamental ou Médio, muitos abandonam havendo um grande número de evasão escolar.
“À medida que o conteúdo técnico dos mecanismos de reprodução de nossa sociedade se torna mais complexo, reforça-se a marginalização de quem não tem acesso a conhecimentos suficientes para dominá-lo” (In, DAWBOR: 6,1991).

                                                                                                 (Iracy Garbim de Souza)

quinta-feira, 14 de junho de 2012

O exercício do labor comercial...

Pessoal que acompanha o nosso blog e nosso jornal, é com satisfação que a cada dia percebemos que o número de visitantes aqui no blog vem aumentando, espero que a cada postagem, a cada texto recebido, e a cada texto lido, possamos de alguma forma contribuir com a sua prática pela leitura, pelo interesse em escrever. Como sempre, nós mencionamos aqui o nosso interesse em receber textos, matérias, documentários, até mesmo fotos com algum teor significativo que possam ser postados aqui no blog do Jornal O Manifesto. Nosso post hoje é uma crônica escrita pelo nosso parceiro Tulio, que entre sua vida acadêmica, seu prazer pela escrita e leitura, convive com a astúcia de ser um vendedor. Cotidiano que entre histórias engraçadas, estressantes, satisfatórias e o lidar com o tratamento direto com seus clientes, resultou em uma leitura prazerosa para o fim de mais um dia de trabalho!

O caso da geladeira

O exercício do labor comercial na cidade de Inhumas, a lida com gente de todos os tipos, as dores de cabeça e os casos engraçados que já me afligiram como vendedor, inspiraram a seguinte crônica;
  
  Estávamos sentados tranquilamente conversando sobre as possibilidades e incapacidades das armações de óculos que Geovan mostrava a minha patroa. Eram armações que continham o que Marx diria de ideal para o processo de ascensão do capitalismo e seu principal objetivo; ter um bom lucro com o mínimo possível de gasto.
   _ Olha Irene, é o seguinte; armação deste preço, e dessa qualidade você não acha com mais ninguém, sabe bem disso! Pronunciou Geovan com timbre de maestreza no que falava.
    Era bem verdade que Geovan era um mestre na arte das vendas. Já trabalhava com essa área desde que a ótica em que trabalho abriu a mais de 35 anos atrás, e naquele tempo já era um experiente vendedor. Geovan gozava de uma incorruptível confiança por parte de meus patrões, e o ofício nas artes do lucro lhe era um dom inerente do espírito. sempre que por aqui aparecia, havia de fazer estes discursos típicos dos bons vendedores acerca da boa condição da mercadoria e das vantagens de sua aquisição por um preço extremamente baixo, a ponto de fazer o cliente se sentir ofendido por não ter aproveitado tão oportuna oferta, seu bom humor era-lhe também um dom característico.
  Minha patroa, no entanto não se fez de rogada, sabia muito bem dos bons preços e das garantias de um bom material por um valor extremamente acessível no que o velho vendedor lhe oferecia. Mas a ciência de uma vida inteira criada no comércio havia lhe incutido um destemido sentimento de não se satisfazer com pouco. E da mesma forma que o cliente abusivamente diz que tal mercadoria está muito cara, apesar disso não passar de um disparate acavalado, para que o pobre vendedor se desmanche em um discurso venial e choroso, disposto a entrar na guerra com grandes chances de perdê-la, também ela havia descoberto que não importa o tamanho do bom preço, ele sempre podia cair mais um pouco. Foi então que a lábia convincente entrou em evidência;
   _ Que nada Geovan. Abaixa mais esse preço ai, ou então não vai dar pra comprar nada, você sabe muito bem que o negócio feio pra todo mundo. Entrou quase nada de dinheiro hoje! - Disse apontando pra gaveta do cofre, de onde se prestássemos atenção ouviríamos o cantar das garças e o nadar de algumas garoupas.
    Geovan aceitou o desafio, e sem pestanejar se embrenhou em um discurso galopante, acerca das óticas que já tinha visitado essa semana, sobre o bom andamento do comércio e disse tirando o seu da reta que os comerciantes eram todos um chorões que nunca se contentam com nada.
    Foi justamente quando ele falava da boa qualidade de suas armações que entrou na loja uma senhora, já bem idosa, e subitamente o ambiente se anuviou.
   Entrou sem responder o meu cordial boa tarde, e jogou uma armação quebrada em cima da mesa de madeira ao cabo que pronunciava sentenciosa;
   _Essas armações de vocês não valem nada! Comprei essa aí semana passada e já quebrou, olha ai que merda que é esse material.
Minha patroa enrubesceu. A armação havia se partido ao meio como se alguém houvesse esquecido ela em cima de um sofá ou cadeira, e outrem por engano se sentasse nela. Então perguntou;
_ O que aconteceu ?
A cliente se encheu de uma fúria animalesca, conveniente a dar razão a sua versão, e disse cuspindo fogo que deixara a armação em cima da geladeira para fazer almoço e quando voltou para pega-la já estava quebrada.
    Vi o semblante de Geovan se encher de vergonha quando ele tomando o lugar de minha patroa pegou a armação com todo o cuidado e com olhos de ourives a examinou de cabo a rabo. Leu a marca da armação e viu que era o seu material. A vergonha inicial foi paulatinamente substituída por uma ira inclemente e posteriormente a uma ironia extremada, foi quando maliciosamente ele se virou e encarou minha patroa e a mim, e na periferia de seus aguçados sentidos percebeu que nós dois já havíamos percebido sem precisar examinar minuciosamente na armação, que a teoria do sofá ou da cadeira tinha total fundamento. Então aconteceu; decidido ele se virou para a cliente e com um sorriso no rosto perguntou descontraidamente;
_ Quantos anos a senhora tem?
Pensei que a mulher fosse morrer de raiva, o que diabos aquele raio de pergunta tinha a ver com o caso da armação quebrada?
  _ Sessenta e cinco. Respondeu quase gritando, e com um ódio nos olhos capaz de trazer morte e desesperança para qualquer um. Mas Geovan mais calmo do que nunca murmurou;
_Puxa vida, mas pela idade da senhora, como ainda consegue?
A curiosidade da mulher se acentuou com sua raiva.
_Consigo o que? Questionou.
_ Como consegue sentar em cima da geladeira? Pronunciou o velho mestre das vendas.  Foi então que a cliente entendeu, pegou a armação de qualquer jeito e com sua nuvem de maldição e rancor deixou o ambiente soluçando cobras e lagartos.
   Olhei para o Geovan e para minha patroa que já estava a ponto de estourar segurando as gargalhadas que já lhe congestionavam a garganta. Foi então que nos três caímos em um carnavalesco festival de risos.

                                                                                                                                          (Tulio Fernando)

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Admirável Mundo...

Bom dia galera!
O post de hoje também é um texto do nosso manifestante Paulo Nogueira, que sempre contribui aqui para o blog e para o jornal O Manifesto, assim como ele queremos a participação de todos que queiram se manifestar de alguma forma.Vale a pena ler, pois a leitura é para o intelecto o que o exercício é para o corpo.


Admirável Mundo
               
Maria Eduarda, cinco anos e em fase de alfabetização, me causou espanto. Filha de meu sócio chegou ao escritório e sem cerimônia abriu o computador. Entrou no Google, digitou o nome Barbie no link de busca e com uma destreza incomum passou a navegar num programa que troca roupas e assessórios da famosa boneca americana.
            Admirável mundo novo. A informática chega antes da alfabetização. Dia desses assisti uma cena surpreendente na TV. Um garoto de dois anos passava o dedo sobre a superfície da folha de uma revista tentando sem sucesso virar aquela página pelo sistema touch screen. Condicionamento compreensível, já aprendera a navegar num tablet.
            A centenária Enciclopédia Britânica suspendeu a publicação de sua coleção na versão impressa superada há tempos pelas Wikipédias da internet, que proporcionam, entre outras coisas, até visitas virtuais a museus famosos. Agora, objeto de decoração, a enciclopédia dorme esquecida e empoeirada nas prateleiras das bibliotecas.
            Não há como negar as maravilhas proporcionadas pela cibernética. A cada dia somos surpreendidos por novas conquistas da informática. Coisas inimagináveis num passado recente acontecem numa velocidade vertiginosa neste cenário high tech. E quem tiver coragem pode até se submeter a uma cirurgia cardíaca à distância, onde o médico atua a quilômetros de distância com a ajuda da robótica e da internet.
            Mas nem tudo é perfeito. A internet é frequentemente responsabilizada pelo esfriamento das relações sociais e da leitura. Trabalhos escolares são fundamentados nos comandos ctrl C e ctrl V dos editores de texto. Assim assistimos engenheiros sendo formados sem saber redigir um relatório e advogados que não sabem fazer uma petição. Os games há muito tempo já substituíram as pipas, os peões e o jogo de amarelinha.
            Uma amiga se queixava de que o marido chegou à noite, sentou num sofá, abriu o tablet e começou a colocar suas pendências virtuais em dia. Ela, por sua vez, sentou no outro sofá,  também abriu o seu tablet, entrou na internet e começou a navegar. De repente, sem se darem conta, começaram a conversar pelo Facebook. Tão pertos... e tão distantes....
                                                                                                                                (Paulo Nogueira)

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Bom dia, caros manifestantes! 

O post de hoje é do nosso parceiro Paulo Nogueira, jornalista que mora em Brasília e em sua visita a cidade de Inhumas escreveu uma breve crônica mostrando o que viu na cidade. E de uma forma bem interessante as palavras estrangeiras que usamos no cotidiano de nossa cidade o inspirou!!!

HELLO


A profusão de palavras estrangeiras em nosso
 cotidiano inspirou a seguinte crônica.
            
                  Rick é motoboy e mora com seu pai Wilson, sua mãe Dayane e seu irmão Fred. Seu pai trabalha como promoter, a mãe é personal training e o irmão designer na Yes Comunicação Visual. Vivem numa mansão no Belvedere Green, novo loteamento de Goiabeira. O imóvel foi adquirido em leasing,  na Invest Family Imóveis.
            Depois do trampo pega sua pick up Strada working e em minutos está na house de sua mina, a Pat. É dia de happy hour. Ela está numa nice. Visual do Shopping dos Cosméticos, hiper brincos da Pink Biju, blue jeans de griffe e um top da hora. Ele também de jeans, piercing nos lábios e uma tattoo tribal no ombro.
Passam primeiro na Little Italy Pizza Delli, estava frow. Esticaram até o Restaurante Top’s Grill. A night promete. O casal gosta de dançar - street dance, funk e rock. Rola de tudo. E para fechar a noite, aquele sanduba do Scooby dog ou do Subway. Ainda resta um tempinho para um sorvete no Ice Mania.
No dia seguinte vida que segue. Rick vai levar a pick up na revisão no Space Car e Pat vai malhar no Espaço Fit Academia sem esquecer de levar o Rex para tomar vacina na Casa Rural Pet Shop.
E eu... Ah!.. I’M TO GO BACK TO BRASÍLIA.  Bye … Bye

                                                                                                                                      (Paulo Nogueira)

segunda-feira, 4 de junho de 2012

 Geração Rá-Tim-Bum

 Castelo Rá-Tim-Bum, talvez a mais bem realizada série educativa produzida pela televisão brasileira. Voltado para o público infanto-juvenil e seguindo uma abordagem pedagógica, o programa estreou no dia 9 de maio de 1994 até deixar de ser produzido em 1997.
Um programa com uma qualidade técnica e até artística que o tempo não torna obsoleto. Achamos esse documentário sobre a história e o legado desse programa, produzido por alunos do 4º Semestre do curso de Jornalismo da Universidade Anhembi Morumbi. Emocionante o momento em que os atores que interpretavam as personagens de Caipora, Tíbio e Perônio e Dr. Abobrinha relembram a época. Vamos compartilhar aqui esse momento nostálgico, que além de ser algo que fez parte da nossa infância, é carregado de significados didáticos, educativos e pedagógicos.

Vale a pena assistir até o fim, onde o ator Pascoal da Conceição conta uma passagem hilária de sua vida por conta de seu personagem Dr. Abobrinha, ou como ele gostava de ser chamado Dr. Pompeu Pompilho Pomposo.


sexta-feira, 1 de junho de 2012

Nós da equipe do jornal O Manifesto estamos ainda mais confiantes nas próximas edições do jornal que serão publicadas aqui em nossa cidade. Contamos com a leitura da população e com as opiniões acerca dos assuntos abordados nos textos. Aqui no blog vocês poderão postar os comentários, assim que as edições ficarem online.
Esperamos ver a manifestação principalmente de pessoas da cidade de Inhumas, pois as edições são direcionadas ao âmbito social que convivemos, com assuntos que vocês gostariam de ver circulando na cidade através do jornal. Dessa forma queremos contribuir com os cidadãos e receber a contribuição através da participação de todos os que se interessam a se manifestar!